quarta-feira, 24 de agosto de 2011

18. Pedro Bueno Salto

"Ponte de Amarante"
Óleo s/tela
73x92 xm
1.800,00 €

Nasce na Corunha em 29 de Novembro de 1952. De formação autodidacta as suas primeiras exposições datam de 1978, sendo as mais importantes as ocorridas em Hogar juvenis de Noia (Corunha), Ayuntamiento de Corunha, e clube náutico de Portosin. No mesmo ano é galardoado com o 2º premio de pintura Concello de Cambre com a obra intitulada “ Tres versiones para una plancha.”
1979 – Expõe de forma individual na galeria de arte Brétema e na trattoria Fratelli da Corunha, também no mesmo ano realiza várias exposições colectivas por diversas populações da província.
No ano 1980 participa nos certames II Bienal de pintura cidade de Mondoñedo, onde consegue o 1º Prémio com o quadro titulado “Eclosión” e o 1º prémio de arte Fundação Araguaney onde é finalista. Durante os seguintes meses deste ano participa em diversas exposições individuais e colectivas.
1981 e 1982 expõe frequentemente de maneira colectiva, sendo a exposição mais importante a realizada no 7º salão de arte celta em Lorraine (Bretanha, França).
Em 1984 juntamente com outros artistas, dos quais podemos destacar a Gancedo, José Luís Vasconcellos, Ramón Manzano, Nito D`avila, Xoxé Cobas, etc. funda o grupo “Desnível” organizando diversos actos culturais por diversas cidades da comunidade galega. Em Março do mesmo ano edita a revista de arte que leva o mesmo nome que o grupo, sendo seu maior impulsor o pintor madrileno Francisco Rojas.
1985 – exposições na galeria Bellas Artes de León, homenagem a quatro figuras galegas na sala de exposições da Delegação de cultura da Corunha e várias com o grupo “Desnível”.
No ano de 1986 ingressa como professor de desenho no colégio Salesiano da Corunha, expõe na Associação de artistas e participa no “III Certame de pintura do Concelho de Cambre”.
Do ano 1987 ao de 1989, colabora como desenhador no caderno de economia para La Voz de Galicia. De maneira conjunta expõe em homenagem à Maternidade na Estação Marítima da Corunha.
1990 – Exposições na sala da Associação de Artistas da Corunha e no 7º certame de pintura do Concelho de Cambre. Durante os anos 1991 e 1992 por falta de motivação não tem nenhuma actividade artística.
Em 1993 participa no III certame de artes plásticas “Isaac Díaz Pardo” onde lhe é concedido o prémio aquisição à obra titulada “Bodegón en cristal”; no mesmo ano expõe na Estação Marítima, (Corunha), Museu Carlos Maside de O Castro (Sada), e na galeria de arte Arte Imagen, (Corunha).
No ano 1994 realiza várias exposições individuais e colectivas, participa no concurso de cartazes “Deporte para todos” organizado pela Diputación da Corunha onde é selecciona a sua obra que se expõe por toda a província da Corunha.
1995 – Exposições em Vigo na sala do BBV, Casino do Atlântico, galeria Arte Imagem, e Hotel Trip Maria Pita.
1996 – Concorre ao VII certame de pintura Bello Piñeiro, obtendo o 1º Prémio com a obra titulada “As Pardiñas”, também participa no I Salão de Outono da Real Academia Galega de BBAA Nossa Sª do Rosário com a obra “ La danza, aquelarre” sendo seleccionado, mesmo assim vai a Córdoba e participa no certame “Maestro Mateo” com a obra “David” sendo também seleccionado. Exposições na Casa CHARRI (Oleiros), Casino do Atlético e Palácio de Congressos, “Supermercado da arte” Madrid e Corunha, organizada por American Prints, Sporting Club Casino e a galeria de arte Obelisco da Corunha.
1998 – Realiza para a sociedade “Clube do Mar de San Amaro” o mural “Adormideras” e também o mural “El café” para a cafetaria “Café de Carlos”. Colabora no instituto de Someso da Corunha numas “Xornadas artísticas” para alunos de 3º curso de F.P.2 e 1º, 2º e 3º de E.S.O. Participa no II Salão de Outono de pintura Academia Gallega de BBAA Nª Sª do Rosário com a obra “Entre choqueiros y peliqueiros” (Entrudo) sendo finalista. Expõe na Associação Nike, Americam Prints, Bilbao, galeria Obelisco, galeria Alameda Vigo.
1999 – Neste ano é incluído na Grande Enciclopédia Galega. Expõe de forma individual na galera José Lorenzo de Santiago de Compostela, Casa de Galicia Xunta de Galicia Madrid, Casa de cultura de Ribeira, Corunha, e de forma colectiva Pontevedra com Centroamérica, associação Nike, galeria Alameda em Vigo, Centro sociocultural de Vite em Santiago de Compostela, American Prints, e participa nos certames de pintura do Palácio de Congressos sendo-lhe concedida a menção especial com o quadro “Sacerdotisa” e certame de pintura rápida Villa de Olme sendo-lhe concedida a menção de honra.
2.000 – Exposições individuais no Ayuntamiento da Corunha, Casino do Atlântico, e colectivas com o grupo Nike, American Prints em Vigo. Participa no III Salão de Outono de pintura da Real Academia Gallega de BBAA Nª Sª do Rosário com o quadro “Tauromaquia”.
2001 – Coincidindo com a feira taurina da Corunha expõe no hotel Trip Maria Pita a colecção “Tauromaquia”.Neste mesmo ano, colabora com o Círculo Lírico Calderón, realizando o cartaz para “La verbena de la paloma”.
2.002 – Neste ano expõe na sala de “Amigos dos museos de Galicia” (Portas Ártabras), onde apresenta a série “ O entreoido “ e nas galerias Casa del libro de Vigo e galeria La campana de Santiago de Compostela, também de forma colectiva expõe “El paisaje, puntos de vista” na galeria Trebellar da Corunha e “Santiago mar adentro” na galeria La Campana, Santiago de Compostela. Em Agosto deste ano é incluído no dicionário de pintores e escultores espanhóis do século XX. Participa no XX certame de pintura rápida Cidade de Lugo, onde lhe é concedido o 2º prémio. Também participa no certame de pintura Vila de Cedería onde também lhe é concedido o 2º prémio.
2003 – Com os pintores José Luis López Vasconcellos e Folgueira funda o Grupo “Mamoa”. Exposições colectivas na galeria Trebellar, Corunha, Salão galego de gastronomia e turismo “ Espourénse “,” Costa da morte horizonte de vida “ Hostal de los Reyes Católicos, Santiago de Compostela,Casino do atlântico.É incluído no Guia de artistas de Galicia, editado pela Xunta de Galicia. Colabora como comentarista com a revista de arte Arte Galicia século XXI.
2004- Expõe no Clubfinanciero Atlántico na colectiva de natal e passa grande parte deste ano preparando o projecto para decorar os murais do antigo edifício do Clube do Mar de San Amaro da Corunha.
2005- Começa a trabalhar nas fachadas do Clube do Mar de San Amaro os murais “Marenostrum” e ao mesmo tempo expõe de forma individual no Casino do Atlântico e na galeria de arte Lucía López da Corunha.É convidado pela Deputação provincial da Corunha a participar noI ENCONTRO COA PINTURA- que se desenvolve nol Pazo de Mariñan, no qual se encontra com outros artistas tais como Alfonso Costa, Carpo, Dorda, Babío Sabio, Noemí Otamendi, Jaime Galdeano, Patinha, Manuel Romero, Cobas, Manuel Gandullo Etc. E com poetas da estirpe de Carlos Pereira, Xulio Valcarce e Eva Veiga; Compartilhando com eles umas jornadas artísticas inolvidáveis. Em Setembro deste mesmo ano termina os trabalhos dos murais do Clube do Mar.Participa com a Galeria de Arte Pablo Ruiz de Málaga na 7ª feria internacional de Arte "Immagina" em Reggio Emilia, Itália
2006- É incluído no dicionário Internacional de Arte e Literatura Contemporânea. Participa no II ENCONTRO COA PINTURA - que se volta a celebrar no Pazo de Mariñan. Em Maio deste mesmo ano expõe na Galeria de Arte “Arte Idea” de Ferrol, participa com seus alunos numa exposição colectiva na sala de exposições da biblioteca pública González Garcés da Corunha.Em Março deste mesmo ano é galardoado no IX certame de artes plásticas “Isaac Díaz Pardo “com o prémio aquisição com a obra “La espera “.No mês de Abril participa na feira internacional de arte “Art-Holland” em Haya – Holanda. Organiza em colaboração com a Câmara oficial mineira da Galiza o I Certame de pintura rápida em explorações mineiras da Galiza, que se celebra nos terrenos recuperados das minas de carvão de Endesa em As Pontes de García Rodrigues. Também é convidado pelo Ayuntamiento de La Alberca em colaboração com a Diputación de Salamanca a participar no “ III ENCUENTRO INTERNACIONAL DE PINTORES DE LA ALBERCA “ que se celebra entre os dias 18 a 23 do mês de Setembro. Com o quadro “El espíritu de Mariñan” participa no VI Salão de Outono de pintura da Real Academia Galega de BB.AA. Nª Sª do Rosário, onde lhe é concedido o 3º premio.
2 007 – Participa no II certame de pintura jovem galega patrocinado por El Corte Ingles, com o quadro “Carnamascarada” sendo finalista com menção.Com o titulo de Mariñan 5 x 5, expõe com Alfonso Costa, Manuel Gandullo, Celestino Poza e Xosé Vázquez de forma colectiva na faculdade de BB.AA. de Pontevedra e diversos municípios da Corunha.De modo individual projecta para este mesmo ano as exposições de Casino do Atlântico da Corunha e a do Liceu de Noia. Participa no III ENCONTRO COA PINTURA E A POESIA, organizada pela Diputación da Corunha no Pazo de Mariñan, e no II ENCONTRO COA ARTE, LEMBRANDO A CUNQUEIRO, organizada pelo Concello de Brión durante os dias 8,9 y 10 de Junho. No mês de Julho deste mesmo ano começa com a segunda fase dos murais do Clube do Mar, esta segunda fase localizada na fachada da cafetaria, realiza-a com a técnica do mosaico, mesclando diversos tipos de peças tanto em tamanho como em cor, conseguindo com isso uns interessantes efeitos de luz e volume.No mês de Outubro conclui a primeira fase dos mosaicos do Clube do Mar.


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 Não são poucos os críticos que desconfiam instintivamente do autodidacta(ainda que menos do que receia  este crítico) assim porque é de todo impossível que um pintor aprenda mais de si que dos mestres que o precederam. Por isso  surpreende sempre gratuitamente aquele pintor  que por si tira partido dessa independência, dessa ausência de conexões às modas e poses aprendidas , que caracterizam o auto-didacta.

Pedro Bueno Salto além do mais ama o desenho o que ajuda os seus numerosos nus femininos,a lápis e sanguínea, que com a sua presença, enriquecem a exposição.Para entender o melhor   diria para ver por dentro a pintura de Pedro Bueno Salto , algo que deve ter-se em conta é a presença da Galiza, do que responde a sua cultura secular, diz Pedro Vasco Conde.Tratando-se de um mundo de lendas, povoado por bruxas e duendes, em que as árvores se perdem na bruma misteriosa e as jovens formosas, desvanecem-se no meio de um círculo formado por pequenos seres   demoníacos.Um mundo em que o passado parece reviver, uns metros adiante, onde a neblina se torna opaca,onde vivem os desejos, onde têm sentido os rituais e os símbolos. Há certamente, muito erotismo nesta pintura ,nas provocantes  reuniões de bruxas que são «Sonhos de possessão»», carne e cabelos , olhos e sorrisos, mãos escondidas. As telas  de Pedro Bueno

Salto,além do mais, revelam um tratamento técnico interessante,são superfícies mates, sólidas, com certos relevos bem coloridos e no conjunto resulta sempre atractivo e rico em matizes e sugestões.Se alguma coisa o caracteriza é a fuga do decorativo e do afável.

Não é necessariamente elegante mas a sua obra é cheia de sinceridade e de verdade, logra inquietar o amante de arte e submergendo-a no mundo fantástico dominado pela magia.

javier Rubio Nomblot





Pedro Bueno

Salto e a sua casa das Bruxas



Com o autodidatismo que  envolve a actividade dos noventistas iniciava-se a actividade de Pedro Bueno Salto,corunhês, que expõe na galeria José Lorenzo, até meados de Abril.

Detrás desta pintura aparentemente silenciosa  esconde-se um mundo que se apresenta cheio de vozes.Extrai sons do quadro silencioso, porque este galego tem predesposiçao literária para as criações com imaginação; só com fantasia se faz um amigo do desconhecido.

Desde a modernidade, o seu estilo  de pintura não perdeu o contacto com os umbrais primitivos da natureza, a vida moderna não o afasta contudo da afinidade fecunda com a nossa mãe terra. Ao tomar consciência etnográfica com o que se perdeu,é quando a mente do autor se exila espiritualmente e refugia-se no  ampara das trevas.

 Brumas outonais, propiciam encontros maravilhosos, envolvem muitos símbolos manejados por este pintor , símbolos que utiliza para  criar composições equilibradas. Cores telha, avermelhados, com todo o poder erótico, situam-se nos primeiros planos, levando os azuis frios e os cinzentos para os fundos.Esse mal que absorve com seu feitiço jovens donzelas é melhor distanciá-lo para criar efeito de profundidade.

Naturezas mortas de flores secas  fazem sobressair, a sua importância criadora.

O que alimenta a pintura de bueno Salto são as lendas, as tradições, os costumes da alma galega.Quis entrar em contacto com o ambiente rural dos eu povo , onde se mantem uma riquíssima tradição oral, um riquíssimo folclore a que este pintor dá um toque l+irico. Vestígios de Carnaval antigo, lendas com milénios de cristalizações, são mais expressivas que um documento escrito e o pintor coloca-os nos seus quadros. Na série«Aqualarres» mostra o ambiente de diabos, papagaios, gralhas, corvos, e bruxas sequestradoras de crianças:aparecem caretas que falam de engano e tradição;num plano superior,como aves de rapina, exercem o seu poder  e sorriem ao macho caibro sensuais diante encontros de amores enlouquecidos e desonestos,donde se intui o desenlace de orgias em que brincam corpos nus e se rebolam sem pudor na areia. O diabo entre elas, oculta o seu espiríto infernal.

Como no texto de Lorca a mulher ocupa uma parte importante nesta temática como representação da inocência ou da pura paixão.

A tendência escapatória de Bueno salto  vai emparelhar num estilo esteticista.Os seus nus femininos instauram um culto à perfeição formal.São corpos clássicos, de linhas suaves,que o vinculam ao parnisianismo.para sem cair no academismo ir mais além do sensível.

As formas encerram , por detrás da aparência, significados populares.

As suas viagens a Itália permitiram incorporar a sua técnica mista, à base de acrílicos e pão de ouro.

É uma substância que lhe permite um enriquecer a sua pintura,inevitavelmente  leva-o  por um caminho dourado,a desvendar todo o feitiço galego.

Fátima Otero



Pedro Bueno Salto no casino do Atlãntico



O pintor da Corunha, Pedro Bueno Salto, com quem partilhámos o nosso inicio pictórico numa ou noutra exposição, e muitos entusiasmos juvenis,mostra actualmente no casino do A tlântico  .com uma série  de aguadas e aguarelas com um único tema: a Corunha, centrando-se especialmente em fontes ou monumentos e na arquitectura de algum edifício emblemático, como a escola Lebaco ou a casa Molina Punta Real.

Inspira-se no que o rodeia,mas o seu pincel voa, deixa-se levar pelas asas da poesia e de imediato, o que está representado parece flutuarv na névoa de longínquas evocações,semelhantes ao surgir de uma atmosfera aquosa e etérea de um misterioso país de fadas banhando-se nas leitosas águas de um atlântico luz.

Pedro Bueno salto desenha bem,mas não  é o seu desenho que nos encanta mas o que não se  apreende que aparece quando a aguada se estende sobre o branco do papel e ele sabe detê-lo até ao limite justo da sugestão , ali onde todavia levita e conserva a sua transparência de véu, e mostra nas formas ligeiras  gases, nuvens voadoras suspensas pelo ar.O pintor fez  subressair um pedestral, um vulto,uma forma escultórica e fá-lo com traço firme e rápido mas sem interromper o transparente fluir do conjunto.

É assim como o anjo da porta de santo  André  parece elevar-se ás alturas tocando uma trombeta celeste, como a da estátua de Curros Enriquez que se descentraliza   ágvua e navega, já sem peso, no cinzento da águatinta como se fosse uma carranca de proa de um barco alado.Igualmente, as personagens da fonte das Quatro rozas parecem deslizar, perigosamente,sobre  a borda de um semicírculo  abismal sustentado pela luz branca.

E a torre de Hércules é uma agulha queimante  que perfura um céu incandescente e as personagens da praça de pablo Iglésias adquirem um carácter de uma estranha graça,agilidade, expressividade,fazem com que o Neptuno da ponte de Santa catalina deixe de ser o furioso deus que agita os oceanos, para converter-se numligeiro e elegante efebo, irmão da palmeira que o acompanha,gracioso e liberto da sua condenação às águas profundas.

Gostámos particularmente da sua interpretação do monumento de S. salvador de madriaga donde a personagem cobra tintas humanas e abre-se entre uma goteante névoa como um peregrino, tacteando a luz.

Concluímos assim que as suas obras deixam de sê-lo para converter-se numa visão  da nossa cidade e do território mítico das fantyasias atlânticas.

Ánxeles Penas





Bueno  Salto, pintor de vocação e com paixão entregue à arte,centra a sua obra na paisagem. É um pintor de lonjuras, de brumas, de amplos  céus  que  causam sem gritos de cor, horizontes infinitos  . Pinta amplos e profundos espaços. E neles não está o homem. E se o procurarmos, nessas paisagens, só vemos verdes, azuis, ocres, encontramos o melhor, descobrimos a saudade. Uma inquieta saudade assomando de leve e que sugere mistério, vibrando entre a ténue bruma, dá-nos harmonia, entre impulso e desenvolvimento do quadro.

Encontrámos como uma insistência no motivo que move o pintor. Podíamos afirmar tendo em conta só este facto, a exposição mostra unidade constituída pelas variantes desse motivo e as próprias estruturas pictóricas que Bueno impõe. É possível que se pretenda ver nesta variação o culminar da obra, coincidente e influente. Algo assim, como o transportar do campo para a sua obra, da música de Brahms.

Vê-se na sua obra algumas influências da obra de António Lago, grande Mestre da pintura.

Não me satisfaz assinalar essas influências assim o penso,  sem elas   não se formaria  esse inconsciente colectivo que Jung  mostra como virtude criadora e determinante na personalidade.   Mas no caso de Bueno penso que a sua personalidade, claramente definida, o conduz pelo seu caminho. Deve segui-lo.

Laureano Álvarez Martinez





Arte na Fronteira



Para entender, melhor diria, para ver dentro da pintura de Bueno algo que tem que ter-se presente é a ideia da Galiza o que representa a sua cultura secular, do amor pela terra, da responsabilidade na história e de como a exteriorização faz do universal a sua linguagem, as suas obras. Deste modo, esse sentir começa a ser uma presença nas suas criações, na sua arte, podendo-se afirmar que mostra o seu mundo, a sua procedência transmutada em imagens, e seus símbolos, tornando-os reais por meio de uma acção com o efeito do conjunto de uma comunidade no tempo presente, sendo real.

Existe nele talento, vocação, passado, verdade, honradez, dedicação, compromisso, respeito pela profissão e liberdade total.

Na sua pintura há, técnica domínio, contenção, personalidade, talento, é preciso dize-lo.

Da soma de ambos resulta a criação de espaços cheios de vitalidade plástica e de amor põe eles.

Trabalha com sonhos transformados em visões conceptuais que se esculpem na iconografia das suas obras, resultando relatos sinaléticos cheios de chaves e referências reais (actuais) do seu mundo, da sua vida, do seu saber olhar, sempre, desde a sua visão da terra, assim se configura a sua própria hermenêutica, esta evolui com trabalho, levando-nos a uma figuração expressionista no conceito mesmo do fim: toda esta linguagem submerge da realidade e esta enraíza na visão paralela de fazer frente à sociedade de hoje. Deste embate surge um reflexo que se converte na base da sua relação iconográfica e conceptual, assim e por tudo isto se define uma nova obra, inquietante, descodificada, dinâmica e transcendental, diferencial mas sempre ligada à terra.

Estamos diante do choque do passado e futuro, cruzou a linha, a fronteira e convida-nos a passá-la com a sua pintura, o seu trabalho, do outro lado da aventura, do rasgo, dos sonhos, dos desejos, a arte no mais amplo sentido das palavras.

Pedro Vasco Conde

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