Óleo s/tela
90x60 cm
3.000,00 €
Está representado em colecções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Brasil, Holanda, Suíça, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos e Rússia.
Individualmente apresentou mostras nos Museus de Ovar, Albano Sardoeira, Amarante, Martins Sarmento, Guimarães, Ramón Maria Aller, Lalin, e nas Galerias Picasso e 1990 d.c., Viana do Castelo, Árvore, Porto, Primeiro de Janeiro, Porto e Coimbra, Capitel, Leiria, Turismo, Caldelas, Povoa de Varzim, Chaves, Aveiro, Casa da Cultura, Fafe, Horizonte, Figueira da Foz, Convés, Aveiro, Orfeu, Androx e Caixa Vigo, Diputación Provincial de Lugo, Casa da Cultura de Orense, Centro Unesco, Porto, …
Em 1991, o Museu dos Biscaínhos de Braga dedica-lhe uma retrospectiva da obra dos anos 80.
Colectivamente participa em mostras em Viana do Castelo, Porto, Lisboa, Aveiro, Vila Nova de Famalicão, Ibiza, Bilbao, Burgos, Vigo, Santander, Valladolid, Madrid, Monte-Carlo, Tóquio, Okinawa, nara, fukuoka, Iangeac, Brioude, Rion, Chatel-Guyon, Puy-en Velay, Paris, Quebec, etc., salientando-se:
1981: “Inaugural Exhibition of the Japan International Artists Society”, Art Museum, Tóquio, “XV e XVII Grand Prix International d’Art Contemporain”, Monte-Carlo, “Biennale International Quebec/France”, Galerie Anima G, Quebec, “Ibizagrafic 74”, Museo de Arte Contemporaneo de Ibiza, “El Colectivo Androx”, Galeria Arlazon, Burgos e Galeria Millares, Madrid, “Salão dos Independentes, Paris, “Exposition International de Paris”, Galerie de Nesle, Paris, “IX Hall aux Toiles” Mairie du VI arrondissement, Paris, “I e II Exposições Colectivas da Cooperativa àrvore”, Porto, “Biennale International d’Auvergne”, Chatel-Guyon, “Arte Nuevo – Años 90”, Centro Cultural Galileo, Madrid, “II Prémio de Pintura Eixo Atlântico, “Casa das Artes, Vigo – itenerante Portugal, Galiza.
Entre 1968 e 1977 colabora em vários jornais nacionais com contos, poesia, textos teóricos e crítica de arte e trabalha igualmente como redactor nos jornais “República” e “Página Um”.
Foi co-fundador e director técnico das galerias Picasso e 1990 d.c. de Viana do Castelo e integrou júris de premiação da I a II Trienal Latina (Viana do Castelo e Puy-en-Velay.
Integrou os Colectivos “Androx” (Galiza) e 1990 d.c., de que foi coordenador.
Em 1988 publica “On Road”, colecção de textos de sua autoria inseridos em catálogos entre 1969 e 1988.
Algumas Exposições:
Galeria Capitel, Leiria, 2006 – casa da Cultura, Fafe, 2006 – Antigos Paços do Concelho, Viana do Castelo, 2006 – galeria Almedina, Coimbra, 2007 – Sala de Exposições do Centro Social e Cultural de V. P. Âncora, 2009 – “Pontes Luso-Galaicas” Galeria Vieira Portuense, Porto – 2009 – “D’Art-Vez”, Casa das Artes, Arcos de Valdevez, 2009 – “Com Amadeu Costa, dês Anos Depois”, Museu do Traje, Viana do Castelo 2009 – “15ª Exposição Internacional de Artes Plásticas de Vendas-Novas – 2009.
Expõe pela primeira vez em 1968. Desenvolve a partir de então uma actividade permanente, fomentando pesquisas na escrita, criação de objectos, e, principalmente, na pintura, passando ainda de forma ocasional pela fotografia, gravura, etc.
Entre 1968 e 1972 colabora regularmente no diário da tarde “República”, publicando poesia, contos, artigos de divulgação artística e ensaios sobre estética, colaboração essa que se alarga pela impressa regional nomeadamente “Mar Alto”, “Diário de Coimbra” e “Aurora do Lima”.
De 1975 e 1977 integra as delegações do Porto dos diários “República” e, mais tarde “Página Um”.
Co-fundador da “Galeria Picasso”, em Viana do Castelo – 1973/1978 e da Galeria “Galeria 1990 d.c.”, igualmente em Viana do Castelo – 1991/1994, integra e coordena o “Projecto 1990 d.c, “ colectivo de autores portugueses, galegos e franceses, que entre 1991 e 1994 se apresentam em várias mostras, nomeadamente em Portugal, Espanha e França. Co – promotor da “Trienal Latina”, projecto franco, galaico, português que viu duas edições – Viana do Castelo 1992 e Puy-en-Velay 1993, integrou em ambos os casos o júri internacional de premiação destes eventos.
Está representado em colecções oficias e particulares em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Suiça, Holanda, Bélgica, Alemanha, Estados Unidos, ex União Soviética e Brasil.
Victor Silva Barros
-º-º-º-º-º-º-º-º-
JULHO DE 1996
Ninguém cria um futuro, mas um passado, porque não há nenhum futuro para criar: a cada acção, por todas as omissões, não caminhamos para alguma, apenas criamos passado.
E nunca ninguém nos ensina isto. Porque é fácil sermos irresponsáveis por um futuro que poderemos já nem ter pessoalmente, por um Futuro que não podemos construir sozinhos; mas sempre seremos responsáveis pelo nosso passado (ao menos diante do espelho)e a História não existe – o que existe são as nossas imutáveis histórias juntas, alinhando hipotéticas sínteses colectivas, onde, quem se interesse, colhe determinados factos, determinantes horas, indeterminados nomes, para ensinar às crianças e estabelecer as bases de qualquer poder dominante, actual em seu tempo.
Criar um futuro, não é sequer uma Utopia, é uma falácia com que nos queremos (ou nos querem) convencer que é possível mudar todas as coisas imutáveis que fazemos: a ilusão das religiões e dos poderes para uso de massas, enleadas elas mesmas nessa teia impossível de iludir: “eu” não tenho um futuro que não seja a morte, e a morte não se constrói, quando muito acerta-se com ela o nosso relógio particular; esta sociedade não tem futuro, autofágica e decadente, acabará mais rapidamente que o Reich dos Mil Anos de Hitler, ou a Heróica Roma, ou o Eterno Egipto dos Faraós Divinos; este mundo não tem futuro, um dia apaga-se como um vela ou uma bomba e nada poderemos fazer quanto a isso, Da Vinci ou Chopin, Cristo ou Marx, acabarão no mesmo lugar de todos os outros homens e mulheres, apagados em memórias de poeira, nem já grandes pensamentos, nem já pensamentos. Nem já sonhos.
Mas entretanto, teremos esse Passado para construir e com que nos confrontamos: construído segundo a segundo, para que não adiantam desculpas ou protestos de boas intenções, mas os actos e os gestos; onde não há lugar para esperanças adiadas mas para a simples prática quotidiana. No passado não há lugar para bombas nucleares “que nunca serão usadas”: Hiroshima e Nagasaki são crimes contra a humanidade de um país que se chamou Estados Unidos da América; os “descobrimentos” uma empresa comercial com marinheiros arrebanhados à força, as colonizações explorações esclavagistas; as guerras crimes colectivos para defesa ou expansão de interesses privados: a “História” dos vencedores e vencidos exactamente igual, as mesmas bandeiras, os mesmos heróis, os mesmos altruísmos, os mesmos criminosos, os mesmos deuses protectores – um espelho, afinal, não reflecte senão a imagem projectada; os mesmos realmente derrotados. A mesma Humanidade.
E só quando nesse passado que tivermos construído não haja já nem fome nem medo, nem raças de deus e animais falantes de duas patas, cães abandonados e árvores mortas, chefes iluminados e criminosos por direito divino, quando… só então poderemos dizer que estávamos (talvez) quase a construir uma Civilização.
Por acaso, vivemos um hiato em que não construímos nem Passado, nem história nem nada. Um hiato de anões em bicos de pés, com o ruído do bruábá gritado por milhares de medíocres, durando os segundos de um noticiário áudio, as horas duma página de jornal antes de ser deitada para o lixo. É o tempo da realidade virtual, improvável, isolante, imbecilizante: não olhes em volta – nada existe. O hiper-consumismo materialista afunda-se no idealismo absoluto mais primário.
Eu não existo, tu não existes, eles não existem. O nada povoado de pseudo-realidades digitalizadas.
Pseudo-possuidores: de bens, de deuses, de verdades, de ciências de doenças. Nunca o policiamento foi mais fácil, videolizados, informaticamente articulados, basta reprogramar o pensamento no momento certo. Não temos gestos. Votamos segundo sondagens viciadas, não escolhendo quem queremos ou o que cremos, mas em quem nos propõem. Não temos sexo por causa do “SIDA”. Não mudamos nada porque vivemos em “democracia”. Não fugimos porque o mundo é uma aldeia tentacularizada. Não nos revoltamos já, porque a Revolta é apenas um produto de consumo.
Resta apenas o silêncio.
Apenas o silêncio é criativo. Apenas no silêncio, alguém, em algum sítio, cria (talvez) um passado de dignidade. Porque, se não caminhamos para o futuro e apenas vimos do passado, que desculpas temos para todos os erros e traições omitidos? Quem somos, senão nós mesmos? Para onde vamos, se não caminhamos para nenhum desse Futuro-esperança a que um dia chegaríamos, vivos ou mortos, cantando hossanas? Que nos resta para lá da responsabilidade de todos os nossos gestos, e que gestos sejam já?
Alguém terá um dia Passado?
Hoje, aqui, o silêncio.
E nunca ninguém nos ensina isto. Porque é fácil sermos irresponsáveis por um futuro que poderemos já nem ter pessoalmente, por um Futuro que não podemos construir sozinhos; mas sempre seremos responsáveis pelo nosso passado (ao menos diante do espelho)e a História não existe – o que existe são as nossas imutáveis histórias juntas, alinhando hipotéticas sínteses colectivas, onde, quem se interesse, colhe determinados factos, determinantes horas, indeterminados nomes, para ensinar às crianças e estabelecer as bases de qualquer poder dominante, actual em seu tempo.
Criar um futuro, não é sequer uma Utopia, é uma falácia com que nos queremos (ou nos querem) convencer que é possível mudar todas as coisas imutáveis que fazemos: a ilusão das religiões e dos poderes para uso de massas, enleadas elas mesmas nessa teia impossível de iludir: “eu” não tenho um futuro que não seja a morte, e a morte não se constrói, quando muito acerta-se com ela o nosso relógio particular; esta sociedade não tem futuro, autofágica e decadente, acabará mais rapidamente que o Reich dos Mil Anos de Hitler, ou a Heróica Roma, ou o Eterno Egipto dos Faraós Divinos; este mundo não tem futuro, um dia apaga-se como um vela ou uma bomba e nada poderemos fazer quanto a isso, Da Vinci ou Chopin, Cristo ou Marx, acabarão no mesmo lugar de todos os outros homens e mulheres, apagados em memórias de poeira, nem já grandes pensamentos, nem já pensamentos. Nem já sonhos.
Mas entretanto, teremos esse Passado para construir e com que nos confrontamos: construído segundo a segundo, para que não adiantam desculpas ou protestos de boas intenções, mas os actos e os gestos; onde não há lugar para esperanças adiadas mas para a simples prática quotidiana. No passado não há lugar para bombas nucleares “que nunca serão usadas”: Hiroshima e Nagasaki são crimes contra a humanidade de um país que se chamou Estados Unidos da América; os “descobrimentos” uma empresa comercial com marinheiros arrebanhados à força, as colonizações explorações esclavagistas; as guerras crimes colectivos para defesa ou expansão de interesses privados: a “História” dos vencedores e vencidos exactamente igual, as mesmas bandeiras, os mesmos heróis, os mesmos altruísmos, os mesmos criminosos, os mesmos deuses protectores – um espelho, afinal, não reflecte senão a imagem projectada; os mesmos realmente derrotados. A mesma Humanidade.
E só quando nesse passado que tivermos construído não haja já nem fome nem medo, nem raças de deus e animais falantes de duas patas, cães abandonados e árvores mortas, chefes iluminados e criminosos por direito divino, quando… só então poderemos dizer que estávamos (talvez) quase a construir uma Civilização.
Por acaso, vivemos um hiato em que não construímos nem Passado, nem história nem nada. Um hiato de anões em bicos de pés, com o ruído do bruábá gritado por milhares de medíocres, durando os segundos de um noticiário áudio, as horas duma página de jornal antes de ser deitada para o lixo. É o tempo da realidade virtual, improvável, isolante, imbecilizante: não olhes em volta – nada existe. O hiper-consumismo materialista afunda-se no idealismo absoluto mais primário.
Eu não existo, tu não existes, eles não existem. O nada povoado de pseudo-realidades digitalizadas.
Pseudo-possuidores: de bens, de deuses, de verdades, de ciências de doenças. Nunca o policiamento foi mais fácil, videolizados, informaticamente articulados, basta reprogramar o pensamento no momento certo. Não temos gestos. Votamos segundo sondagens viciadas, não escolhendo quem queremos ou o que cremos, mas em quem nos propõem. Não temos sexo por causa do “SIDA”. Não mudamos nada porque vivemos em “democracia”. Não fugimos porque o mundo é uma aldeia tentacularizada. Não nos revoltamos já, porque a Revolta é apenas um produto de consumo.
Resta apenas o silêncio.
Apenas o silêncio é criativo. Apenas no silêncio, alguém, em algum sítio, cria (talvez) um passado de dignidade. Porque, se não caminhamos para o futuro e apenas vimos do passado, que desculpas temos para todos os erros e traições omitidos? Quem somos, senão nós mesmos? Para onde vamos, se não caminhamos para nenhum desse Futuro-esperança a que um dia chegaríamos, vivos ou mortos, cantando hossanas? Que nos resta para lá da responsabilidade de todos os nossos gestos, e que gestos sejam já?
Alguém terá um dia Passado?
Hoje, aqui, o silêncio.
Victor Silva Barros
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